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Práticas
Diferenciadas de Turismo Cultural |
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Prof.
Dr. Mário Jorge Pires
Editor Executivo da RETC
Prof. Dr.
João Batista Neto
Editor Executivo da RETC
jbnetousp@gmail.com
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O
presente número já demonstra desde o início,
a tendência para efetivação de práticas
diferenciadas em Turismo Cultural. Nesse sentido, vem a calhar o
Prof. Dr. Américo Pellegrini Filho, cuja trajetória
acadêmica não se restringe aos árduos ensaios
de teoria da cultura popular. Ao contrário, sempre se manteve,
ao longo de sua trajetória acadêmica na coleta e na
análise de grande material relativa às práticas
do folclore.
A resenha deste
número é sobre um livro básico para os estudiosos
do Turismo. Escrito por dois membros do nosso Conselho Editorial,
Lohmann e Panosso Netto realizaram a proeza de reunir 72 teorias
de turismo num único livro. Um trabalho hercúleo e
que merece destaque pela coragem e ousadia dos pesquisadores.
Não menos
importante é a preocupação em formar cidadãos
conscientes do valor do patrimônio no seu município,
efetivando-se, dessa forma na elaboração de uma cartilha
de iniciação ao patrimônio cultural na cidade
de Arapongas (PR)
Nessa mesma
linha de utilização e padronização dos
bens culturais na esfera local, está o despertar da história,
não somente na sala de aula, mas na prática da visitação
e o trabalho in loco, ferramenta indispensável para a valorização
de conteúdos teóricos.
Pode-se dizer
que a preocupação em avaliar o turismo cultural na
região missioneira mostra a preocupação dos
estudiosos nos aspectos empíricos do Turismo Cultural local,
o que também é proposto postumamente no artigo sobre
a Estação Central do Recife, e na forma como a expressão
cultural é analisada sob o prisma do Turismo, ou de como
uma das piores desgraças da história deste país,
a seca no Nordeste, pode ser um atrativo turístico e ajudar
no desenvolvimento do município de Cabaceiras (PB).
Longe de teorias
banalizadoras e improdutivas todos os artigos e a entrevista do
Prof. Américo demonstram esta preocupação em
valorizar o turismo local. Assim, o Turismo Cultural não
está mais na dependência exclusiva dos números,
mas observa-se em todos os participantes deste número a preocupação
desenvolvimentista, porém qualitativa e criteriosa com a
responsabilidade que os impactos dos fluxos turísticos requerem
dos gestores e da comunidade.
Neste número,
em que festejamos a indexação pela JCR, deseja-se
ao colega uma boa leitura!
Data
de recebimento, aceitação e publicação
dos textos: 2º. Semestre de 2009.
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Nosso
sexto entrevistado na seção
CONVERSA
COM TURISMÓLOGOS é uma aula do mestre dos mestres:
Américo Pellegrini Filho. Um dos maiores especialistas em
folclore no Mundo, o Professor Doutor Américo Pellegrini
Filho possui graduação em Jornalismo pela Faculdade
de Comunicação Social Cásper Líbero
(1958), mestrado em Ciências da Comunicação
pela Universidade de São Paulo (1980), doutorado em Ciências
da Comunicação pela Universidade de São Paulo
(1987), Livre-Docente (1992) e Titular (1996), pela mesma Universidade.
Atualmente, aposentado, é professor-colaborador em Pós-Graduação
na Escola de Comunicações e Artes-Universidade de
São Paulo. Dos inúmeros livros publicados, destaca-se
a pesquisa inovadora sobre folclore escrito, publicado pela EDUSP
em 2009 com o título Comunicação Popular e
Escrita.
Entrevista
com Américo Pellegrini Filho
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ARTIGOS
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Daniele
Pausic Kern
Faculdade de Apucarana (PR) - FAP
danielepausic@gmail.com
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Resumo
Este trabalho tem por objetivo realizar a implantação
de uma cartilha sobre o patrimônio histórico do município
de Arapongas/PR, a fim de integrar o processo de Educação
Patrimonial no Ensino Fundamental. O paralelo entre a teoria e
a prática da Educação Patrimonial se dá
através das atividades da cartilha, e os exercícios
propostos em sala. Tendo como embasamento a comunidade local participante,
acompanham-se as aulas, registrando seu desenvolvimento; ensina-se
e questionam-se os alunos envolvidos a fim de analisar e avaliar
a percepção dos mesmos quanto ao conteúdo
explanado. Como resultados têm-se a observação
da contribuição da educação patrimonial
para entendimento da identidade e crescimento cultural dos alunos.
A referida cartilha utiliza como assunto principal, o patrimônio
histórico da cidade, o que contribui para o fortalecimento
da cultura local e preservação dos bens.
Palavras-chave: patrimônio histórico-cultural; cartilha;
Arapongas/PR.
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Prof.
Helton Luiz Gonçalves Damas
Mestrando em Comunicação pela Universidade Estadual
Paulista – Campus de Bauru.
helton006@yahoo.com.br
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Resumo
Este trabalho tem o intuito de analisar as potencialidades do patrimônio
cultural, buscando por meio do turismo lançar uma nova perspectiva
sob os bens culturais encontrados nos espaços rural e urbano
do município de Jaú. Pelo fato da cidade de Jaú
ser intitulada de a “capital do calçado feminino”,
acaba atraindo muitos visitantes que freqüentam os centros
de compra calçadista, localizados na região periférica
do município. Entretanto, eles acabam por não conhecer
o patrimônio cultural de Jaú, sendo que a atividade
turística poderia auxiliar a modificar a imagem da cidade
somente relacionada ao turismo de compras e ao mesmo tempo criar
alternativas que possibilitem a valorização do patrimônio
cultural da cidade. A metodologia utilizada para que os objetivos
pudessem ser cumpridos consiste na elaboração de um
estudo de caso baseado no método de análise qualitativo,
obtendo dados por meio da aplicação de formulários
de inventários aos bens culturais que ajudaram a construir
a história do município, como também a execução
de entrevistas semi-estruturadas. Como resultado, pode-se verificar
que os bens culturais de Jaú possuem mais potencialidades
do que fragilidades ao desenvolvimento do turismo.
Palavras-Chave:
Turismo; Turismo e Patrimônio Cultural; Espaço Urbano
e Espaço Rural. .
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Prof. Dr. João Batista Neto
jbnetousp@gmail.com. |
Resumo
O artigo presente trata da interpretação do patrimônio
e avaliação do atrativo do ponto de vista do Turismo
Cultural, utilizando um modelo próprio, adaptado a realidade
do seu objeto de pesquisa. O atrativo pesquisado foram as ruínas
da redução jesuítica dos Guarani de São
Miguel Arcanjo, sítio arqueológico tombado Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO, que está situada na
cidade de São Miguel das Missões (RS). A metodologia
adotada foi transdisciplinar, utilizando-se da observação
in loco, aplicação de questionários e entrevistas
não-diretivas.
Palavras-chave: Interpretação do patrimônio,
Turismo Cultural, reduções jesuíticas
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Bac. Josilene Henriques da Silva
josileneh@yahoo.com.br
Lic Luiz Carlos dos Prazeres Serpa Alfino |
Resumo:
A paisagem urbana é constituída por uma série
de elementos formadores do patrimônio histórico-cultural,
que é freqüentemente utilizado como atrativo turístico;
embora muitas vezes não apresentem sentido ou valor para
os residentes onde estão localizados. Nesse sentido, a
educação patrimonial se apresenta como uma possibilidade
de valorização desses recursos, pois permite a sensibilização
de moradores e visitantes. Nesse sentido, buscou-se analisar o
comportamento dos usuários da Estação Central
do Recife em relação ao acervo ali depositado, decorrente
do período inicial do desenvolvimento das estradas de ferro
no estado de Pernambucano. Tendo a observação como
principal técnica de pesquisa, o resultado evidenciou a
existência de três padrões de comportamento
referentes à interação com o patrimônio.
De modo geral, o lugar é utilizado apenas como ponto de
chegada ou partida/ rota de passagem. Por isso, propôs-se
a elaboração de um trabalho de educação,
no qual a estação possa ser percebida como patrimônio/
atrativo turístico, mas também como um acesso a
vários outros pontos de interesse turístico da cidade.
Acredita-se que essas ações não só
chamariam a atenção do público para a valorização
dos elementos ali existentes, como despertariam o desejo de conservá-lo,
conforme sugerem os conceitos de educação patrimonial
analisados nesse trabalho.
Palavras-chave: História Local, Patrimônio Cultural,
Paisagem Urbana, Educação Patrimonial
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Profa. Dra. Magnólia
Gibson Cabral da Silva
UASA, UFCG, Campina Grande, PB,
magnoliagibson@bol.com.br
Prof. Ms. Roosevelt Humberto Silva
Mestre em Sociologia UFCG. |
Resumo:
Nos últimos vinte anos a atividade turística vem se
destacando como alternativa de desenvolvimento econômico para
regiões do chamado terceiro mundo. No Brasil, essa proposta
tem sido fortemente estimulada pelo poder público, especialmente
na região Nordeste. As autoridades políticas locais
parecem ter encontrado no turismo cultural a 'vocação'
do Nordeste. Aquecer a economia local, criar novas possibilidades
de emprego, valorizar a cultura, a tradição, os recursos
humanos e as capacidades locais, são os objetivos destes
empreendimentos. Parte-se do pressuposto de que a cultura como atração
turística pode trazer resultados efetivos para as comunidades
que as exploram, não apenas em termos econômicos, mas
também em termos de construção de novas identidades,
respeito e auto-estima. A experiência de Cabaceiras mostra
que a exploração turística da cultura permitiu
transformar ‘desgraças’ como a seca - responsável
pela mentalidade de auto-piedade tão corrente no nordestino
do interior brasileiro - em auto-estima e confiança. De fato,
após a exploração turística, a suposta
‘desgraça’ passou a ser vista como algo perfeitamente
contornável e até mesmo positivo.
Palavras-chave: turismo cultural, desenvolvimento sustentável,
identidade.
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Sofia Araujo de Oliveira
Universidade Estadual de Santa Cruz
sofia_plantur@yahoo.com.br
Leonardo Leal Esteves
Universidade Federal de Pernambuco
leonardolesteves@yahoo.com.br |
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo compreender as atuais relações
entre os maracatus rurais e os receptivos turísticos do
Recife através da análise dos interesses em trabalhar
nesses receptivos; da observação das alterações
dos elementos do maracatu quando expostos nos receptivos e da
identificação das tensões que surgem a partir
das relações econômicas estabelecidas. Foram
estudados os maracatus Piaba de Ouro e o Leão Formoso,
pois correspondem aos dois grupos de maracatu rural que se apresentaram
nos receptivos turísticos da prefeitura do Recife e da
EMPETUR/ FUNDARPE no período de alta estação
entre novembro de 2008 e fevereiro de 2009. A investigação
desta pesquisa foi desenvolvida através da abordagem etnográfica
se utilizando da observação participante. Também
foram realizadas entrevistas semi-estruturadas visando a coletas
de dados necessários para montagem deste estudo. Verificou-se
com este estudo que existem interesses econômicos em participar
dos receptivos, mas a renda obtida corresponde a um ganho extra
dos maracatuzeiros; observou-se, ainda, a reificação
dos elementos do maracatu rural impostos pelos contratantes, assim
como o surgimento de tensões acerca do modo como são
contratados os grupos. Percebeu-se também que a apresentações
com intuito comercial faz com que os grupos e integrantes adotem
uma postura “profissional”, separando as apresentações
relacionadas ao carnaval (ligadas ao prazer) das apresentações
comerciais, onde os aspectos de obrigações ligados
ao campo do trabalho estão envolvidas
Palavras-chave: Cultura Popular, maracatu rural, turismo
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RESENHA
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PANOSSO
NETTO, Alexandre e LOHMANN, Guilherme. Teoria do Turismo: Conceitos,
Modelos e Sistemas. São Paulo: Aleph, 2008 (Série
Turismo)
ISBN 978-85-7657-055-4. |
Prof.
Dr. João Batista Neto
ECA/USP
jbnetousp@gmail.com |
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