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Número Especial

RETC 04  (Ano II - VOL II) – 2º. Semestre de 2008 – ISSN 1981 5646
 
EDITORIAL
 
 
Um Balanço Necessário

Prof. Dr. João Batista Neto
ECA/USP
Editor Executivo da RETC
jbnetousp@gmail.com

 

Nos últimos dois anos a nossa RETC conseguiu encontrar o equilíbrio necessário para se tornar uma revista científica com alta qualidade e com um bom nome entre os colegas turismólogos do Brasil inteiro. Foram horas de estudo, planejamento, cursos e o trabalho de várias pessoas. Algumas só conhecidas virtualmente. Uma possibilidade que a internet nos proporciona nestes novos tempos. Completar quatro números numa Revista Científica significa seu amadurecimento definitivo. Significa que ela está solidificada no cenário da pesquisa nacional. E após alguns pequenos ajustes que, acreditem, não dependem mais dos seus editores, a nossa RETC estará confirmada oficialmente como uma das possibilidades de publicação científica na área do Turismo.

Basicamente, o que poderia ser realizado pelo seu Editor-Chefe foi realizado. Visando combater a endogenia, dos vinte e quatro membros do seu Conselho Editorial, cinco pertencem a outras unidades da Federação e três são estrangeiros, totalizando um terço de membros fora de São Paulo, sede da nossa RETC. No que se refere aos artigos, todos os números foram equilibrados. Basta observar o presente número para exemplificar. Estamos publicando apenas um artigo de São Paulo, dois do Rio Grande do Sul, um do Pará, um da Bahia e um do Paraná. Mais diversificado impossível. E apenas um artigo é de um membro do Conselho Editorial.

Aliás, o nosso Conselho Editorial ganhou ainda mais fôlego com a chegada de novos membros. Agora fazem parte do Conselho Editorial os seguintes pesquisadores: Profa. Dra. Carmen Regina Dorneles Nogueira, Profa. Dra. Célia Maria de Moraes Dias, Profa. Dra. Débora Cordeiro Braga, Profa. Dra. Dirce Vasconcelos Lopes, Prof. Dr. Gilson Rambelli, Prof. Dr. Guilherme Lohmann, Prof. Dr. José Manoel Gonçalves Gândara, Profa. Dra. Maria Lourdes Palheiros Horta e Profa. Dra. Regina Schlüter. Agradecemos a todos os novos membros por terem aceito o convite para fazer parte da nossa RETC.

Após este relativo aumento em quantidade e qualidade do nosso Conselho Editorial, o que ainda nos falta é uma indexação internacional, algo já solicitado e ainda não atendido. E receber a avaliação do Sistema Qualis da CAPES. Sobre o primeiro item, é questão de tempo. Já sobre o segundo, é um mistério. Desafiamos qualquer editor de periódico científico para a seguinte questão: qual vai ser o resultado da avaliação do Sistema Qualis para o biênio 2007-08? Impossível saber.

Não nos preocupamos com isso. O nosso papel é realizar o melhor trabalho possível para publicar artigos com qualidade dentro da temática do Turismo Cultural. É por isso que o nosso número quatro abre com a pesquisa da Profa. Dra. Carmen Nogueira e sua colega Daniela Burkhard, sobre as políticas públicas para o turismo na região missioneira. Trata-se de um artigo de fôlego, escrito a quatro mãos por qualificadas pesquisadoras gaúchas de um tema tão instigante quanto fascinante. Continuando na Província de São Pedro, temos um artigo sobre a colonização francesa em Pelotas. Fazemos uma passagem pelo Paraná, onde a pesquisadora Profa. Dra. Silvia Zanirato trata sobre a mobilidade nas cidades históricas, apontando caminhos a serem trilhados pelas políticas públicas nessas localidades.

Especial destaque dedica este editor ao artigo sobre as comunidades amazônicas e o turismo, de autoria do Prof. Dr. Sílvio Figueiredo e as colegas Tamara Almeida e Leilane Borges. Após uma palestra no SESC da misteriosa São Luís do Maranhão, comendo arroz de cuxá, conheci este pesquisador, que faz um trabalho invejável na relação entre o Turismo e a Cultura Popular no Estado do Pará. O seu artigo não foi aprovado a tempo da publicação do número três da nossa RETC, mas eis aqui a sua valiosa contribuição, para deleite dos nossos leitores. Já a Profa. Ms. Siwla Silva trata sobre a gastronomia na cidade de São Paulo no século XIX e o estabelecimento do restaurante como uma forma de alimentação em terras paulistanas. E da Bahia vem o artigo sobre o museu do escultor Aurino Cajaíba, da Profa. Ms. Mailane Bonfim, que fecha a nossa sessão de artigos.

Por fim, a resenha humildemente redigida trata do nosso baluarte no ensino de Turismo no Brasil, o Prof. Dr. Haroldo Leitão Camargo. Seu livro sobre a Pré-História do Turismo no Brasil foi prazeroso de ser lido e um desafio para ser resenhado. Só não foi maior do que entrevistar o Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo, um dos principais pesquisadores na área do Turismo Cultural. O Prof. Trigo nos proporcionou opiniões desafiadoras sobre a atividade turística no Brasil e tornou a sessão Conversa com Turismólogos simplesmente imperdível.

Boa leitura!!!

Data de recebimento, aceitação e publicação dos textos: 2º. Semestre de 2008.

 
 

Nosso quarto entrevistado na seção CONVERSA COM TURISMÓLOGOS é uma aula sobre o Turismo Cultural. Professor associado do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, o Prof. Trigo é um dos mais brilhantes intelectuais na área do Turismo Cultural brasileiro. Graduado em Turismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1983), licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1988), mestre em Filosofia Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1991) e doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1996), tornou-se Livre Docente em Lazer e Turismo pela ECA/USP em 2003. Foi diretor de turismo da Prefeitura de Campinas (1989-1991), diretor e assessor de turismo e hotelaria do Senac-SP (1995-2004) e professor da PUC-Campinas (1988-2007). É membro da Congregação da EACH/USP e coordenador do projeto "Caminhos do Futuro", entre o Ministério do Turismo e o Núcleo de Lazer e Turismo da USP. Foi um dos membros da Comissão de Turismo do Ministério da Educação para o ENADE (2006). Publicou 12 livros e centenas de artigos e capítulos de livros nas áreas de viagens e turismo, educação e entretenimento. Pode conversar com o Prof. Trigo é mais do que um prazer, trata-se de um privilégio! Esperamos que os leitores desfrutem deste bom papo com um dos mais novos membros do nosso Conselho Editorial.

Entrevista com Luiz Gonzaga Godoi Trigo

 

 
ARTIGOS
 

 

Profa. Dra. Carmen Regina Dorneles Nogueira
URI-RS
crdn@urisan.tche.br
Profa. Esp. Daniela Burkhard
URI-RS
turdaniela@yahoo.com.br

A configuração atual da Região das Missões Jesuítico-Guarani, resulta do processo de expansão colonial ibérica e das relações que se estabeleceram entre os colonizadores e os habitantes locais e, entre ambos e o ambiente com seus recursos. Sua singularidade é uma conseqüência dos processos históricos que são evidenciados nas suas paisagens atuais nas quais destacam-se o majestoso legado das reduções Jesuítico-Guarani. Este legado constitui-se em precioso potencial turístico concebido como uma alternativa ao desenvolvimento econômico local/regional. Neste contexto, desenvolveram-se ao longo das últimas décadas programas e projetos voltados ao desenvolvimento do turismo regional que é o objeto de estudo do presente trabalho. Para sua realização utilizou-se pesquisa bibliográfica associada a pesquisa de campo com observação direta sistematizada, realização de entrevistas e utilização do método evolutivo histórico. Como resultado observou-se que apesar de inúmeros projeto voltados ao desenvolvimento da atividade turística e do volume de capital destinados ao mesmo, ainda não se chegou ao resultado esperado, apesar de saber-se que o retorno em turismo, acontece em longo prazo.

Palavras-Chave: Políticas Públicas, Desenvolvimento Regional e Região das Missões Jesuítico-Guarani.

 
Leandro Ramos Betemps
UFPel
ltemps@terra.com.br
Margareth Acosta Vieira
UFPel
margarethvieira@bol.com.br

Resumo:

Este artigo tem por objetivo propor um passeio através da história da imigração e colonização no sul do Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, em especial no município de Pelotas, que foi pólo atrativo de estrangeiros. No século XIX, ali ocorreram iniciativas de colonização em meio a uma região onde o uso de terras era privilegiado para a pecuária extensiva. A riqueza charqueadora e a especulação comercial da terra acabaram por configurar um perfil econômico, cultural e social bastante diferenciado de outros municípios da região sul. Inicialmente apresentamos alguns conceitos para entender a imigração e colonização no contexto gaúcho, depois como se deu a ocupação das terras no município de Pelotas e os processos de imigração e colonização ali ocorridos. A seguir a Colônia Francesa de Santo Antônio e a Colônia Municipal são dadas como exemplos relevantes na definição do atual perfil do município e das relações estabelecidas entre a zona rural e urbana em Pelotas.

Palavras-Chave: Turismo Cultural. História. Colonização.

 
Profa. Dra. Silvia Helena Zanirato
UEM-PR
sizani@uol.com.br

Resumo:

As cidades históricas são lugares de especial interesse para o turismo cultural. Justamente por isso, são lugares sujeitos a políticas especiais, destinadas a mitigar os resultados negativos que a visitação turística pode acarretar. A discussão presente trata dos problemas oriundos do transporte de veículos automotivos nesses espaços e das possibilidades de enfrentamento desses problemas.

Palavras-Chave: Cidades históricas; Mobilidade; Conservação.

 
Prof. Dr. Silvio Lima Figueiredo
UFPA
slima@ufpa.br
Bac. Tamara Almeida
UFPA
Bac. Leilane Borges
UFPA

Resumo:

As relações entre o turismo cultural e o turismo comunitário são discutidas a partir de pesquisa realizada no município de Vigia de Nazaré, no estado do Pará, caracterizado pela grande quantidade de aspectos culturais considerados patrimônio e com carência de políticas públicas para a preservação cultural. O turismo cultural e comunitário é introduzido na abordagem aos moradores, que destacam sua percepção sobre o tema e sobre as políticas de preservação do município e da possibilidade de desenvolvimento do turismo cultural com controle e operação pela própria comunidade.

Palavras-Chave: Turismo Cultural, Turismo Comunitário, Patrimônio Cultural, Cidades Amazônicas.

 
Profa. Ms. Siwla Helena Silva
SENAC-SP
siwla@sp.senac.br

Resumo:

A análise de fontes alternativas à historiografia tradicional sobre a cidade de São Paulo, sobretudo relatos de viajantes, memorialistas e anúncios publicados no jornal Correio Paulistano, entre 1854 e 1870, demonstra que a denominação restaurant já era utilizada pelo menos desde 1856 por estabelecimentos de alimentação de São Paulo, embora nos mesmos transpareça que não apresentavam as principais características do restaurante; a década de 1860 trouxe transformações importantes no quadro das empresas de alimentação e a denominação restaurant se associa às características conceituais mais importantes deste tipo de serviço de alimentação, com destaque, em 1862, para a criação do “Restaurant de Pariz” de Alexandre Bourgain. Pode-se concluir que o surgimento do restaurante, como forma diferenciada de estabelecimento de alimentação na cidade de São Paulo, atendendo características definidas desde seu surgimento em Paris no final do século XVIII, foi um processo que acompanhou mudanças econômicas e de costumes da elite paulistana enriquecida pelo café, que adota padrões próprios da cultura francesa, rejeitando hábitos tradicionais e abrindo caminho para que a hospitalidade comercial passe a ser aceita.

Palavras-Chave: História social; São Paulo; Século XIX; Restaurantes

 
Profa. Ms. Mailane Vinhas de Souza Bonfim
UFBA
mailanevinhas@bol.com.br
Resumo:

O artigo analisa o Museu de Cajaíba, como um recurso capaz de ajudar a desenvolver o turismo cultural na cidade. Aurino Cajaíba foi cabeleireiro, músico, poeta e fotógrafo e ao se tornar adulto, buscou realizar seu sonho de montar um acervo com bustos de personalidades históricas. Contudo, faleceu antes de ver seu sonho realizado e atualmente a família tenta fazer do espaço, um lugar de visitação. Buscou-se portanto, desenvolver um trabalho descritivo, com o objetivo principal de analisar o espaço, fazendo um diagnóstico da situação encontrada, destacando o que deve ser melhorado, sob o viés do planejamento turístico. Foram realizados estudos sobre cultura, identidade cultural e turismo cultural, direcionados para o contexto local, além de visitas in loco e de entrevista com a responsável pelo local.

Palavras-chave: Museu; Cultura; Turismo Cultural.

 
RESENHA
 
 
CAMARGO, Haroldo Leitão. Uma Pré-História do Turismo no Brasil: Recreações Aristocráticas e Lazeres Burgueses (1808–1850). São Paulo: Editora Aleph, 2007. (Série Turismo) ISBN-10: 8576570351, 384 p.
Prof. Dr. João Batista Neto
ECA/USP
jbnetousp@gmail.com

 

Revista Eletrônica de Turismo Cultural
Email: jbnetousp@gmail.com