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Um
Balanço Necessário |
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Prof.
Dr. João Batista Neto
ECA/USP
Editor Executivo da RETC
jbnetousp@gmail.com |
Nos
últimos dois anos a nossa RETC conseguiu encontrar o equilíbrio
necessário para se tornar uma revista científica com
alta qualidade e com um bom nome entre os colegas turismólogos
do Brasil inteiro. Foram horas de estudo, planejamento, cursos e
o trabalho de várias pessoas. Algumas só conhecidas
virtualmente. Uma possibilidade que a internet nos proporciona nestes
novos tempos. Completar quatro números numa Revista Científica
significa seu amadurecimento definitivo. Significa que ela está
solidificada no cenário da pesquisa nacional. E após
alguns pequenos ajustes que, acreditem, não dependem mais
dos seus editores, a nossa RETC estará confirmada oficialmente
como uma das possibilidades de publicação científica
na área do Turismo.
Basicamente,
o que poderia ser realizado pelo seu Editor-Chefe foi realizado.
Visando combater a endogenia, dos vinte e quatro membros do seu
Conselho Editorial, cinco pertencem a outras unidades da Federação
e três são estrangeiros, totalizando um terço
de membros fora de São Paulo, sede da nossa RETC. No que
se refere aos artigos, todos os números foram equilibrados.
Basta observar o presente número para exemplificar. Estamos
publicando apenas um artigo de São Paulo, dois do Rio Grande
do Sul, um do Pará, um da Bahia e um do Paraná. Mais
diversificado impossível. E apenas um artigo é de
um membro do Conselho Editorial.
Aliás,
o nosso Conselho Editorial ganhou ainda mais fôlego com a
chegada de novos membros. Agora fazem parte do Conselho Editorial
os seguintes pesquisadores: Profa. Dra. Carmen Regina Dorneles Nogueira,
Profa. Dra. Célia Maria de Moraes Dias, Profa. Dra. Débora
Cordeiro Braga, Profa. Dra. Dirce Vasconcelos Lopes, Prof. Dr. Gilson
Rambelli, Prof. Dr. Guilherme Lohmann, Prof. Dr. José Manoel
Gonçalves Gândara, Profa. Dra. Maria Lourdes Palheiros
Horta e Profa. Dra. Regina Schlüter. Agradecemos a todos os
novos membros por terem aceito o convite para fazer parte da nossa
RETC.
Após
este relativo aumento em quantidade e qualidade do nosso Conselho
Editorial, o que ainda nos falta é uma indexação
internacional, algo já solicitado e ainda não atendido.
E receber a avaliação do Sistema Qualis da CAPES.
Sobre o primeiro item, é questão de tempo. Já
sobre o segundo, é um mistério. Desafiamos qualquer
editor de periódico científico para a seguinte questão:
qual vai ser o resultado da avaliação do Sistema Qualis
para o biênio 2007-08? Impossível saber.
Não
nos preocupamos com isso. O nosso papel é realizar o melhor
trabalho possível para publicar artigos com qualidade dentro
da temática do Turismo Cultural. É por isso que o
nosso número quatro abre com a pesquisa da Profa. Dra. Carmen
Nogueira e sua colega Daniela Burkhard, sobre as políticas
públicas para o turismo na região missioneira. Trata-se
de um artigo de fôlego, escrito a quatro mãos por qualificadas
pesquisadoras gaúchas de um tema tão instigante quanto
fascinante. Continuando na Província de São Pedro,
temos um artigo sobre a colonização francesa em Pelotas.
Fazemos uma passagem pelo Paraná, onde a pesquisadora Profa.
Dra. Silvia Zanirato trata sobre a mobilidade nas cidades históricas,
apontando caminhos a serem trilhados pelas políticas públicas
nessas localidades.
Especial
destaque dedica este editor ao artigo sobre as comunidades amazônicas
e o turismo, de autoria do Prof. Dr. Sílvio Figueiredo e
as colegas Tamara Almeida e Leilane Borges. Após uma palestra
no SESC da misteriosa São Luís do Maranhão,
comendo arroz de cuxá, conheci este pesquisador, que faz
um trabalho invejável na relação entre o Turismo
e a Cultura Popular no Estado do Pará. O seu artigo não
foi aprovado a tempo da publicação do número
três da nossa RETC, mas eis aqui a sua valiosa contribuição,
para deleite dos nossos leitores. Já a Profa. Ms. Siwla Silva
trata sobre a gastronomia na cidade de São Paulo no século
XIX e o estabelecimento do restaurante como uma forma de alimentação
em terras paulistanas. E da Bahia vem o artigo sobre o museu do
escultor Aurino Cajaíba, da Profa. Ms. Mailane Bonfim, que
fecha a nossa sessão de artigos.
Por
fim, a resenha humildemente redigida trata do nosso baluarte no
ensino de Turismo no Brasil, o Prof. Dr. Haroldo Leitão Camargo.
Seu livro sobre a Pré-História
do Turismo no Brasil foi prazeroso de ser lido e um desafio
para ser resenhado. Só não foi maior do que entrevistar
o Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo, um dos principais pesquisadores
na área do Turismo Cultural. O Prof. Trigo nos proporcionou
opiniões desafiadoras sobre a atividade turística
no Brasil e tornou a sessão Conversa
com Turismólogos simplesmente imperdível.
Boa
leitura!!!
Data
de recebimento, aceitação e publicação
dos textos: 2º. Semestre de 2008.
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Nosso
quarto entrevistado na seção
CONVERSA
COM TURISMÓLOGOS é uma aula sobre o Turismo Cultural.
Professor associado do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes,
Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo,
o Prof. Trigo é um dos mais brilhantes intelectuais na área
do Turismo Cultural brasileiro. Graduado em Turismo pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas (1983), licenciado em Filosofia
pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas
(1988), mestre em Filosofia Social pela Pontifícia Universidade
Católica de Campinas (1991) e doutor em Educação
pela Universidade Estadual de Campinas (1996), tornou-se Livre Docente
em Lazer e Turismo pela ECA/USP em 2003. Foi diretor de turismo
da Prefeitura de Campinas (1989-1991), diretor e assessor de turismo
e hotelaria do Senac-SP (1995-2004) e professor da PUC-Campinas
(1988-2007). É membro da Congregação da EACH/USP
e coordenador do projeto "Caminhos do Futuro", entre o
Ministério do Turismo e o Núcleo de Lazer e Turismo
da USP. Foi um dos membros da Comissão de Turismo do Ministério
da Educação para o ENADE (2006). Publicou 12 livros
e centenas de artigos e capítulos de livros nas áreas
de viagens e turismo, educação e entretenimento. Pode
conversar com o Prof. Trigo é mais do que um prazer, trata-se
de um privilégio! Esperamos que os leitores desfrutem deste
bom papo com um dos mais novos membros do nosso Conselho Editorial.
Entrevista
com Luiz Gonzaga Godoi Trigo
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ARTIGOS
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Profa.
Dra. Carmen Regina Dorneles Nogueira
URI-RS
crdn@urisan.tche.br
Profa. Esp. Daniela Burkhard
URI-RS
turdaniela@yahoo.com.br
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A configuração atual da Região das Missões
Jesuítico-Guarani, resulta do processo de expansão
colonial ibérica e das relações que se estabeleceram
entre os colonizadores e os habitantes locais e, entre ambos e
o ambiente com seus recursos. Sua singularidade é uma conseqüência
dos processos históricos que são evidenciados nas
suas paisagens atuais nas quais destacam-se o majestoso legado
das reduções Jesuítico-Guarani. Este legado
constitui-se em precioso potencial turístico concebido
como uma alternativa ao desenvolvimento econômico local/regional.
Neste contexto, desenvolveram-se ao longo das últimas décadas
programas e projetos voltados ao desenvolvimento do turismo regional
que é o objeto de estudo do presente trabalho. Para sua
realização utilizou-se pesquisa bibliográfica
associada a pesquisa de campo com observação direta
sistematizada, realização de entrevistas e utilização
do método evolutivo histórico. Como resultado observou-se
que apesar de inúmeros projeto voltados ao desenvolvimento
da atividade turística e do volume de capital destinados
ao mesmo, ainda não se chegou ao resultado esperado, apesar
de saber-se que o retorno em turismo, acontece em longo prazo.
Palavras-Chave: Políticas Públicas, Desenvolvimento
Regional e Região das Missões Jesuítico-Guarani.
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Leandro
Ramos Betemps
UFPel
ltemps@terra.com.br
Margareth Acosta Vieira
UFPel
margarethvieira@bol.com.br |
Resumo:
Este
artigo tem por objetivo propor um passeio através da história
da imigração e colonização no sul do
Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, em especial no município
de Pelotas, que foi pólo atrativo de estrangeiros. No século
XIX, ali ocorreram iniciativas de colonização em meio
a uma região onde o uso de terras era privilegiado para a
pecuária extensiva. A riqueza charqueadora e a especulação
comercial da terra acabaram por configurar um perfil econômico,
cultural e social bastante diferenciado de outros municípios
da região sul. Inicialmente apresentamos alguns conceitos
para entender a imigração e colonização
no contexto gaúcho, depois como se deu a ocupação
das terras no município de Pelotas e os processos de imigração
e colonização ali ocorridos. A seguir a Colônia
Francesa de Santo Antônio e a Colônia Municipal são
dadas como exemplos relevantes na definição do atual
perfil do município e das relações estabelecidas
entre a zona rural e urbana em Pelotas.
Palavras-Chave:
Turismo Cultural. História. Colonização.
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Profa.
Dra. Silvia Helena Zanirato
UEM-PR
sizani@uol.com.br |
Resumo:
As cidades históricas são lugares de especial interesse
para o turismo cultural. Justamente por isso, são lugares
sujeitos a políticas especiais, destinadas a mitigar os
resultados negativos que a visitação turística
pode acarretar. A discussão presente trata dos problemas
oriundos do transporte de veículos automotivos nesses espaços
e das possibilidades de enfrentamento desses problemas.
Palavras-Chave: Cidades históricas; Mobilidade; Conservação.
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Prof.
Dr. Silvio Lima Figueiredo
UFPA
slima@ufpa.br
Bac. Tamara Almeida
UFPA
Bac. Leilane Borges
UFPA |
Resumo:
As relações entre o turismo cultural e o turismo
comunitário são discutidas a partir de pesquisa
realizada no município de Vigia de Nazaré, no estado
do Pará, caracterizado pela grande quantidade de aspectos
culturais considerados patrimônio e com carência de
políticas públicas para a preservação
cultural. O turismo cultural e comunitário é introduzido
na abordagem aos moradores, que destacam sua percepção
sobre o tema e sobre as políticas de preservação
do município e da possibilidade de desenvolvimento do turismo
cultural com controle e operação pela própria
comunidade.
Palavras-Chave: Turismo Cultural, Turismo Comunitário,
Patrimônio Cultural, Cidades Amazônicas.
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Profa. Ms. Siwla
Helena Silva
SENAC-SP
siwla@sp.senac.br |
Resumo:
A
análise de fontes alternativas à historiografia tradicional
sobre a cidade de São Paulo, sobretudo relatos de viajantes,
memorialistas e anúncios publicados no jornal Correio Paulistano,
entre 1854 e 1870, demonstra que a denominação restaurant
já era utilizada pelo menos desde 1856 por estabelecimentos
de alimentação de São Paulo, embora nos mesmos
transpareça que não apresentavam as principais características
do restaurante; a década de 1860 trouxe transformações
importantes no quadro das empresas de alimentação
e a denominação restaurant se associa às características
conceituais mais importantes deste tipo de serviço de alimentação,
com destaque, em 1862, para a criação do “Restaurant
de Pariz” de Alexandre Bourgain. Pode-se concluir que o surgimento
do restaurante, como forma diferenciada de estabelecimento de alimentação
na cidade de São Paulo, atendendo características
definidas desde seu surgimento em Paris no final do século
XVIII, foi um processo que acompanhou mudanças econômicas
e de costumes da elite paulistana enriquecida pelo café,
que adota padrões próprios da cultura francesa, rejeitando
hábitos tradicionais e abrindo caminho para que a hospitalidade
comercial passe a ser aceita.
Palavras-Chave:
História social; São Paulo; Século XIX; Restaurantes |
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Profa. Ms. Mailane Vinhas
de Souza Bonfim
UFBA
mailanevinhas@bol.com.br |
Resumo:
O artigo analisa o Museu de Cajaíba, como um recurso capaz
de ajudar a desenvolver o turismo cultural na cidade. Aurino Cajaíba
foi cabeleireiro, músico, poeta e fotógrafo e ao
se tornar adulto, buscou realizar seu sonho de montar um acervo
com bustos de personalidades históricas. Contudo, faleceu
antes de ver seu sonho realizado e atualmente a família
tenta fazer do espaço, um lugar de visitação.
Buscou-se portanto, desenvolver um trabalho descritivo, com o
objetivo principal de analisar o espaço, fazendo um diagnóstico
da situação encontrada, destacando o que deve ser
melhorado, sob o viés do planejamento turístico.
Foram realizados estudos sobre cultura, identidade cultural e
turismo cultural, direcionados para o contexto local, além
de visitas in loco e de entrevista com a responsável pelo
local.
Palavras-chave: Museu; Cultura; Turismo Cultural.
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RESENHA
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CAMARGO,
Haroldo Leitão. Uma Pré-História do Turismo
no Brasil: Recreações Aristocráticas e Lazeres
Burgueses (1808–1850). São Paulo: Editora Aleph, 2007.
(Série Turismo) ISBN-10: 8576570351, 384 p. |
Prof.
Dr. João Batista Neto
ECA/USP
jbnetousp@gmail.com |
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