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Na
Trincheira |
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Prof.
Dr. João Batista Neto
ECA/USP
Editor Executivo da RETC
jbnetousp@gmail.com |
Roberto Schwarcz, quando do primeiro número da Revista “Novos
Estudos“ CEBRAP, em 1981, declarou sobre aquele momento –
Governo Figueiredo – que "A situação é
péssima, excelente para fazer uma revista".
Ironias à parte e algumas décadas depois, nasce a
nossa Revista Eletrônica de Turismo Cultural numa situação
igualmente péssima em alguns aspectos. Sobre os governos
é melhor não comentar. O que se percebe é que,
na área do Turismo, vivemos um momento crucial e que talvez,
poucos tenham percebido.
A crise nos aeroportos há seis meses (desde outubro de 2006)
está causando prejuízos na prática do Turismo
no Brasil. E estará causando mais prejuízos ainda
nos próximos meses, levando o país a uma possível
situação gritante na área. Com o dólar
num valor baixo, os brasileiros visitarão os países
estrangeiros e o cenário para o turismo interno – que
já era preocupante – ficará insustentável.
Péssimo cenário para o turismo interno, excelente
momento para se fazer uma revista científica de Turismo Cultura.
Pretende essa Revista ser um cenário para discussões
numa área ainda em formação, onde provavelmente
somos a segunda geração de pensadores sobre o Turismo.
Numa epistemologia por se fazer, lutando contra o senso comum que
não respeita os turismólogos [“Turismo é
curso pra viajar”] e nem tampouco os turistas, os estudiosos
do Turismo Cultural aqui apresentados estão na trincheira.
De forma mais clara, estamos cavando mais uma trincheira. Um local
de resistência à mesmice e a imbecibilidade que permeia
de forma unilateral não só a nossa intelectualidade.
Um canal on-line para tentar desfazer os nós, apontar os
erros e mostrar caminhos.
Nesse sentido, foi fundamental a entrevista do Prof. Dr. Mário
Jorge Pires (Turismo – ECA/USP). Uma mente privilegiada em
busca do novo, orientando inúmeros trabalhos na graduação
e pós, publicando livros e capitaneando o grupo de pesquisa
de Turismo Cultural na ECA/USP. Com o Prof. Mário Jorge inauguramos
a sessão CONVERSA COM TURISMÓLOGOS.
Na sessão de artigos, o trabalho da Profa. Dra. Dóris
Van de Meene Ruschmann e Graziela Horodyski nos traz a expressão
do saber-fazer no artesanato das classes populares, nos Campos Gerais
do Estado do Paraná, analisando o seu potencial turístico.
Trabalho denso, investigativo e que abre a nossa Revista.
O Prof. Dr. Chrisitian Dennys Monteiro de Oliveira se une aos seus
alunos para nos apresentar um artigo sobre os santuários
católicos cearenses. Trata-se de uma interpretação
de uma tendência turística ainda por se desenvolver,
que não se restringe ao Turismo Religioso.
Da Bahia, dois artigos integram essa primeira edição.
O primeiro, do Prof. Dr. José Cláudio Alves de Oliveira,
trata sobre os ex-votos do Santuário do Senhor do Bomfim,
em Salvador (Bahia). Trabalho investigativo que traça a configuração,
como patrimônio cultural, da cultura popular em seus momentos
fé e arte.
Por fim, a Profa. Mestranda Olívia Biasin Dias nos trás
o panorama das viagens no Brasil oitocentista, enfocando especialmente
a hospitalidade e a hospedagem dos viajantes estrangeiros na cidade
da Bahia, atual Salvador (Bahia).
A resenha do livro Turismo e Museus, de Camilo de Mello Vasconcellos
(MAE/USP), realizado pela Profa. Ms. Vera Siqueira, fecha esse primeiro
número com uma análise pontual sobre as relações
entre o Turismo e os Museus.
Com perseverança, nos apoiamos em São Paulo, numa
das cartas a Timóteo, onde registrou: “Ton agwna ton
kalon agwniqhka, ton dromon eteleiwsa, thn pistin ethrhsa”
(2Tm 4,7) [“Combati o bom combate, percorri o caminho e guardei
a fé”]. Ao final da vida, São Paulo se dava
por satisfeito por haver travado o bom combate.
Se há batalhas por se realizar nessa nova trincheira, então
que a façamos esse bom combate com fé. Muita fé.
Boa Leitura!
Data
de recebimento, aceitação e publicação
dos textos: 1º. Semestre de 2007.
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A entrevista
do nosso segundo número estréia é com o Professor
Mário Jorge Pires, do Departamento de Turismo da ECA/USP, autor
dos livros Raízes do Turismo no Brasil e Lazer e Turismo
Cultural. Nessa entrevista ele trata da sua carreira, sua
visão sobre o Turismo Cultural e também do seu mais
novo livro: Sobrados e Barões da Velha São Paulo.
Entrevista
com Mário Jorge Pires
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ARTIGOS
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Profa.
Dra. Doris van de Meene Ruschmann
CRP/ECA/USP
Profa. Ms. Graziela Scalise Horodyski
Turismo – UEPG
grazi.tur@gmail.com |
Resumo:
O presente estudo tem como objeto o artesanato, um bem material
e imaterial, por consistir na expressão do saber-fazer popular
da região dos Campos Gerais do Paraná. Esta região
possui destacado potencial turístico devido ao seu patrimônio
natural e cultural e, a AMCG – Associação dos
Municípios dos Campos Gerais em parceria com outros organismos,
públicos e privados, ligados ao turismo, está planejando
seu desenvolvimento turístico. Sendo o turismo uma atividade
que causa diversas mudanças nas localidades onde é
desenvolvido, os bens intangíveis das comunidades podem sofrer
impactos, principalmente por falta de conhecimento aprofundado sobre
as suas dinâmicas. A busca pela preservação
do artesanato desta região exige antes de tudo, entendimento
maior sobre o tema, e por isso, foi realizado um levantamento para
identificação, classificação e análise
dos produtos artesanais dos Campos Gerais do Paraná.
Palavras-chave:
Artesanato. Preservação. Turismo. |
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Prof.
Dr. Christian Dennys Monteiro de Oliveira
Alexandre Sabino Nascimento
Ana Karina Cavalcante Holanda
Bruna Delfino Cabral
Ilaina Damasceno Pereira
Mariana Fernandes Mendes
UFC
cd49@uol.com.br |
Resumo:
O presente artigo estabelece uma reflexão sobre a dinâmica
moderna dos santuários Católicos no Ceará, tendo
em vista sua organização estética para atração
um diversificado contingente de fiéis. Trata-se de interpretar
uma tendência turística de desenvolvimento, não
restrita ao turismo religioso; mas devidamente combinada com a capacidade
da igreja católica de responder, via a urbanização
e as redes de intercâmbio, à lógica mítica
da sociedade de espetáculo. O lugar metropolitano (de Fortaleza)
e interiorano (de Quixadá) da fé são tomados
como estratégicos para o debate de uma nova racionalidade na
investigação de espaços simbólicos; e
conseqüentemente novas maneira de apreensão de equipamentos
religiosos no turismo cultural no Ceará.
Palavras-chave:
Santuário, Espetáculo, Turismo Religioso, Modernização
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Santuário
do Senhor do Bomfim
Ex-votos, Patrimônio Cultural e Fé. |
Prof.
Dr. José Cláudio Alves de Oliveira
UFBA
claudius@ufba.br |
Resumo:
Esse artigo trata sobre os ex-votos do Santuário do Senhor
do Bomfim, em Salvador (Bahia), a partir da sua configuração
como patrimônio cultural da cultura popular em seus momentos
de expressão artística da sua fé.
Palavras-chave:
Santuário, Ex-votos, Patrimônio Cultural, Fé.
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Profa.
Dra. Olívia Biasin Dias
UFBA
oliviabiasin@oi.com.br |
Resumo:
O presente trabalho se propõe a analisar as viagens realizadas
ao Brasil oitocentista enquanto fenômeno social, pontuando,
inicialmente, o modo como se dava a hospitalidade e a hospedagem
concedida aos viajantes estrangeiros no interior do país.
Posteriormente, enfoca aspectos da infra-estrutura existente na
cidade da Bahia, no que tange aos serviços de acomodação
e alimentação, indicando um crescimento desses estabelecimentos
e a criação de novas formas de sociabilidade ao longo
do século XIX. A pesquisa apóia-se nos relatos de
viagem produzidos pelos viajantes Charles Darwin, Conde de Suzannet,
Johann von Spix & Karl von Martius, Maximiliano de Habsburgo,
Princesa Therese da Baviera, Robert Avé-Lallemant e Thomas
Lindley, assim como nas informações encontradas nos
jornais Alabama, O Século, O Interesse Público, O
Trovão e no Almanack do Diário de Notícias
para 1885, que circularam na Bahia dos oitocentos.
Palavras-chave:
Viagens Oitocentistas, Brasil, Bahia, Serviços e Hospedagem
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RESENHA
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Turismo e
Museus
VASCONCELLOS, Camilo de Mello.
Turismo e Museus. São Paulo: Aleph,
2006 (Col. ABC do turismo), 79 pp. ISBN 85-85887-017-13.
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Profa. Ms. Vera Siqueira
Secretaria de Cultura - DF
veraluci@pop.com.br
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